Economia Verde: como a sustentabilidade está moldando o futuro econômico do Brasil

A transição para práticas sustentáveis deixou de ser apenas uma tendência. É uma necessidade urgente e, ao mesmo tempo, uma oportunidade econômica promissora. Em meio às crises ambientais e sociais que desafiam o mundo, o Brasil, com sua imensa riqueza de recursos naturais, está em posição estratégica para liderar a chamada Economia Verde. Mas como essa mudança pode impulsionar o crescimento econômico e abrir novas portas para o país?

Energia Renovável: um caminho sustentável e necessário

Desde os primórdios, a busca por energia impulsionou a evolução das civilizações. Porém, nossa dependência de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, trouxe impactos ambientais devastadores, como o aquecimento global e a poluição.

Para enfrentar esses desafios, o mundo está migrando para energias renováveis, que são fontes inesgotáveis e menos agressivas ao planeta. No Brasil, essa transição não é apenas viável, mas estratégica. Em 2023, 93,1% da energia gerada no país veio de fontes limpas, como hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa (G1,2024). Essa liderança fortalece a segurança energética, atrai investimentos e gera empregos.

  1. Energia Solar

A luz solar é convertida em eletricidade por painéis fotovoltaicos instalados em residências, empresas e grandes usinas. Um exemplo é o Complexo Solar Futura I, na Bahia, que possui 22 usinas e capacidade de 671 MW. Projetos como esse não apenas geram energia limpa, mas impulsionam o desenvolvimento econômico regional.

  1. Energia Eólica

O Nordeste brasileiro é um dos líderes mundiais em energia eólica. Ventos constantes garantem alta eficiência na geração elétrica por lá. Empresas como Neoenergia e Alupar estão à frente, operando parques eólicos que diversificam a matriz energética e geram empregos locais.

  1. Energia Hídrica

Embora antiga, a energia hidrelétrica no Brasil está se modernizando. Empresas como a Eletrobras e a Alupar implementam tecnologias para minimizar impactos ambientais, como desmatamento e deslocamento de comunidades. A geração hídrica sustentável reforça o compromisso com o meio ambiente e a eficiência energética.

  1. Biomassa

A biomassa transforma matéria orgânica em energia elétrica e biocombustíveis. O biogás, por exemplo, aproveita resíduos agrícolas para gerar eletricidade de forma sustentável. Empresas como a CPFL Renováveis subsidiária do Grupo CPFL Energia, investe em energia de biomassa, especialmente a partir da cana-de-açúcar. A empresa opera oito usinas termelétricas movidas por biomassa de cana, localizadas nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Norte, com uma capacidade instalada total de 370 MW. Além disso, a CPFL Renováveis possui uma usina de biomassa que utiliza materiais orgânicos diversos, a Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. ( Jornal Cana).

 

Novas Fontes Emergentes

Além das fontes tradicionais, tecnologias emergentes ganham espaço:

  • Energia Oceânica: Utiliza o movimento das marés, uma promessa para um país com extensa costa.
  • Energia Geotérmica: Aproveita o calor subterrâneo para gerar eletricidade com baixo impacto ambiental.

Empresas que Lideram a Transformação

Empresas do setor elétrico estão no centro dessa revolução.

  • A Auren, resultado da união de ativos da Votorantim S.A. e CPP Investments, figura entre as maiores plataformas de energia renovável do Brasil.
  • A Equatorial inova com a plataforma Eosolar, um atlas digital interativo que mapeia o potencial de energia solar e eólica no Maranhão.
  • A Isa Cteep investe em baterias de armazenamento de energia, garantindo estabilidade no fornecimento e reduzindo a necessidade de acionar usinas térmicas em horários de pico.
  • A ENGIE inova com certificados digitais de energia renovável, facilitando o acesso de pequenas empresas a práticas sustentáveis.
  • A OMEGA se destaca como a maior geradora brasileira de energia renovável, comprometida com práticas ESG e eficiência econômica.
  • A AES Brasil é uma geradora de energia 100% renovável, com um portfólio diversificado que inclui usinas hidrelétricas, parques eólicos e solares. Sua capacidade instalada totaliza 5,2 GW, sendo 4,5 GW em operação e mais de 700 MW em construção, provenientes das fontes mencionadas (AES Brasil).

O gráfico abaixo apresenta a participação das fontes renováveis na geração de energia no Brasil em 2023.

Vamos analisar os detalhes:

 

  • Hidrelétrica

É a fonte predominante, representando 58,5% da geração de energia renovável. Isso reflete a forte dependência do Brasil na geração hidrelétrica devido à abundância de rios e reservatórios.

 

  • Biomassa

 

Representa 13,9% da geração de energia renovável. A biomassa inclui combustíveis como bagaço de cana-de-açúcar, resíduos agrícolas e outros materiais orgânicos.

 

  • Eólica

 

Contribui com 12,6% da geração de energia renovável.Esse valor demonstra o crescimento da energia eólica, especialmente no Nordeste brasileiro, onde os ventos são favoráveis.

 

  • Solar

 

A menor participação, com 8,1%. Apesar de ser uma fonte em expansão, a participação da energia solar ainda é limitada em relação às outras fontes renováveis.

 

O Brasil possui uma matriz energética renovável diversificada, mas ainda é altamente dependente da energia hidrelétrica. As outras fontes, como biomassa, eólica e solar, estão em crescimento e contribuindo para a diversificação e sustentabilidade da geração de energia no país.

O Caminho para um Futuro Sustentável

Essas iniciativas demonstram que a transição para fontes renováveis no Brasil não é apenas uma necessidade, mas uma realidade em construção. A combinação de inovação tecnológica, responsabilidade ambiental e investimentos estratégicos está moldando um futuro mais verde e sustentável para o país, práticas voltadas ao cuidado com o meio ambiente, vem crescendo e se desenvolvendo, dia após dia, um outro exemplo disso é o ESG.

O conceito ESG (Environmental, Social, and Governance) tem ganhado força como um guia para empresas que buscam aliar crescimento econômico e responsabilidade socioambiental. Surgido em 2004 no Pacto Global da ONU, o ESG se tornou um critério fundamental para investidores e consumidores.

Empresas ao redor do mundo estão percebendo que, além do lucro, há outro ativo valioso em jogo: a responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG). Não é apenas uma tendência; é uma exigência de um mercado cada vez mais consciente e inovador.

  • Ambiental (Environmental):
    Empresas adotam práticas de preservação ambiental, como a redução de resíduos e a reciclagem.
  • Social (Social):
    Promove igualdade, direitos humanos e inclusão social. Muitas empresas investem em capacitação e bem-estar dos funcionários, criando ambientes de trabalho mais equitativos.
  • Governança (Governance):
    Foca em transparência, ética e gestão responsável. Empresas com boas práticas de governança atraem mais investidores e têm melhor desempenho no longo prazo.

O gráfico abaixo, mostra a adoção dos critérios ESG por empresas globais, ou seja, de diversos países, refletindo tendências mundiais, e o impacto desses critérios nos retornos de investimento.

Vamos analisar os detalhes:

 

  1. Environmental (Ambiental):
  • 78% das empresas adotam práticas ambientais.
  • Impacto de 12% nos retornos de investimento.
  1. Social:
  • 65% das empresas adotam práticas sociais.
  • Impacto de 9% nos retornos de investimento.
  1. Governance (Governança):
  • 84% das empresas adotam boas práticas de governança.
  • Impacto de 15% nos retornos de investimento.

A lógica é simples: investidores e consumidores exigem práticas sustentáveis. A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais acelerou a necessidade de uma transição da economia linear: que consome, produz e descarta, para a economia circular, que reaproveita materiais, reduz resíduos e prolonga a vida útil dos recursos. Essa mudança não é só uma questão ética, mas também de sobrevivência empresarial em um planeta sob pressão.

Sociedade Consciente e Investidores Atentos

A educação ambiental e o debate global sobre direitos humanos e igualdade de gênero aumentaram a cobrança por responsabilidade das empresas. O público não está mais indiferente: exige transparência e comprometimento. E os investidores acompanham essa mudança. Empresas que adotam práticas ESG estão mais bem preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. Elas otimizam processos, reduzem custos e demonstram inovação, tornando-se mais competitivas e lucrativas.

ESG e o Mercado Financeiro

No mercado financeiro global, e é claro no Brasil não é diferente, o ESG está redefinindo onde os recursos são aplicados. Investidores buscam cada vez mais fundos, ações, ETFs e índices alinhados com empresas sustentáveis. A B3 já incorpora esses critérios, atraindo capital para organizações que demonstram compromisso com a sustentabilidade e a governança responsável.

Impacto Econômico e Oportunidades de Negócios

A transição para a economia verde não é apenas uma questão ambiental, é uma oportunidade de crescimento econômico. Em resumo, a economia verde não é uma escolha; é o novo padrão. Empresas que entendem isso geram valor real, não apenas para si mesmas, mas para a sociedade e o planeta.

O Brasil pode se beneficiar de várias maneiras:

Investimentos Estrangeiros:
Empresas alinhadas com práticas ESG atraem mais capital. Investidores estão cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental das empresas. Como destaca a B3, um bom desempenho financeiro deixou de ser o único critério para conferir valor a uma companhia. Investir em ESG é sinônimo de crescimento sustentável e gestão eficiente dos recursos humanos e materiais.

Economia Circular:
A substituição da economia linear (extrair-produzir-descartar) pela economia circular (reduzir-reutilizar-reciclar) reduz custos, minimiza desperdícios e prolonga a vida útil dos recursos naturais.

Desafios e Caminhos para o Futuro da Sustentabilidade

Apesar dos avanços na transição para a economia verde, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos para consolidar práticas sustentáveis de forma ampla e eficaz. Entre os principais desafios estão:

  1. Políticas Públicas:
    Embora existam iniciativas como o Plano Nacional de Energia 2050 e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), é necessário ampliar e acelerar políticas ambientais que incentivem a geração de energia limpa, a conservação de recursos naturais e a redução das emissões de carbono. O fortalecimento de regulamentações e a fiscalização efetiva são fundamentais para alcançar essas metas.
  2. Educação e Conscientização:
    Investir em educação ambiental desde cedo é essencial para formar cidadãos conscientes e responsáveis. Escolas, empresas e governos devem trabalhar juntos para disseminar a cultura de sustentabilidade. A conscientização da população sobre práticas de consumo responsável e os benefícios das energias renováveis é um pilar importante para impulsionar a economia verde.
  3. Infraestrutura e Tecnologia:
    O desenvolvimento de uma infraestrutura robusta para a produção e distribuição de energias renováveis é crucial. Além disso, o investimento em tecnologias verdes, como sistemas de armazenamento de energia e redes inteligentes, pode aumentar a eficiência e viabilidade das fontes sustentáveis no país.

 

Conclusão

A transição para práticas sustentáveis representa uma grande oportunidade para o Brasil proteger seus recursos naturais e se posicionar como líder global na economia verde. Empresas que investem em energias renováveis e adotam critérios ESG estão moldando um futuro econômico mais promissor e sustentável.

Como sociedade, devemos apoiar essa mudança por meio de escolhas de consumo consciente e de uma participação ativa na cobrança por políticas que incentivem a sustentabilidade. Afinal, cuidar do meio ambiente não é apenas uma responsabilidade moral é uma estratégia inteligente para garantir crescimento econômico e prosperidade para todos.

Buture Negócios Imobiliários “BUILDING YOUR FUTURE”

– Nielsen Rodrigues

Camila Fernandes Buture

Gestora de marketing e editora-chefe de conteúdos.

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